Praça de Boa Esperança : Praça Bernardino Lopes : Igreja de Boa Esperança
A cidade de Rio Bonito é cortada por duas estradas muito importantes : a BR 101 e a RJ 124. Os motoristas costumam passar por Rio Bonito e admiram algumas bonitas paisagens, como a Praça Bernardino da Costa Lopes, onde está localizada a Igreja Católica Matriz de Boa Esperança.
Para contribuir com o conhecimento da história da bonita cidade de Rio Bonito - RJ, transcrevo abaixo, uma passagem do livro que trás conteúdos significativos. As fotos são minhas, tiradas em julho de 2014.
Fonte : Livro - Patrimônio Cultural no Leste Fluminense; História e memória de Itaboraí, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e Tanguá; Autores - Rezninik : Luís ; Gonçalves : Márcia de Almeida; Conduru: Roberto; Fernandes: Rui Aniceto Nascimento; Edição : eduerj; e Petrobrás.
" ANÁLISE HISTÓRICA
Ocupada desde finais do século XVIII, a região de Boa Esperança passou a contar com um pequeno arraial surgido nas proximidades da sede da Fazenda Boa Esperança, propriedade de Alexandre Pereira Santos. Este construíra casas de moradas que resistiram até, pelo menos a década de 1940.
Em 1846, a freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Rio Bonito foi elevada à condição de município autônomo. Logo a seguir, em em 30 de setembro de 1847, a administração provincial criou um segundo distrito de paz e uma subdelegacia de polícia na atual região de Boa Esperança, fixando seus limites na Deliberação de 14 de maio de 1849. Acompanhando a nova situação administrativa, a região foi elevada à categoria de curato de Nossa Senhora da Conceição, em 30 de maio do mesmo ano. Por provisão de 15 de dezembro, do bispado do Rio de Janeiro, era estabelecida a capela do padre José Von Reis como a sua sede e este sacerdote como seu cura.
Para a construção de um novo templo, Manoel Joaquim de Castilho doou, à administração provincial, um terreno aceito pela lei 900 de 18 de outubro de 1856. Com o mesmo intento, Antonio da Costa Cardoso doou uma data de terras de 100 braças de frente e 100 de fundos, no lugar denominado Zacarias. Foi em Zacarias que a administração provincial fixou a sede da nova freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Boa Esperança, criada em 17 de setembro de 1857.
A partir de então, iniciaram-se subscrições para arrecadação de fundos para a obra deste templo. Em 12 de julho, uma comissão, composta por Joaquim Antunes de Figueiredo, Antônio da Costa Cardoso, Manoel Joaquim de Castilho e pelo padre Egydio Antônio Vieira, oficiou ao presidente da província, informando que havia arrecadado 3.060 $ 000 réis para as obras. Deste montante já tinham sido gastos 400 $ 000 com a preparação do solo para a edificação do templo e com a construção de uma pequena casa para depósito dos materiais. Em 8 de julho, a pedra fundamental do novo templo foi fixada pelo pedreiro João Gomes dos Reis.
Ao que tudo indica, as obras não avançaram muito nos dois anos seguintes. Em 1859, Alexandre Pereira dos Santos e Arsenio Luiz de Sousa, arremataram, junto ao governo provincial, as obras para a construção da nova igreja, por vinte contos de réis. Roberto Pereira dos Santos informa que consta no diário de José Pereira de Mendonça (1873) que ' o dito Arsenio (...) recebeu essa toda quantia sem o velho (Alexandre Santos) receber cousa alguma desta obra. (...) Em 15 de janeiro de 1873 foi daqui para a Corte e no dia 22 do mesmo mês a cima embarcou para a Europa fugindo que se soube pelos jornais, perdendo o velho o que lhe tocava nos lucros e serviços. (Santos, 1946, p. 71) . '
A obra fora executada com recursos e pelos escravos de Alexandre Pereira dos Santos, entre 21 de outubro de 1859 e 19 de agosto de 1872. A inauguração solene, com a bênção apostólica e a missa, ocorreu quatro dias depois, quando José Pereira Mendonça Filho recebeu os santos óleos do batismo.
Em 7 de agosto de 1876, faleceu o construtor da igreja, sendo sepultado na nave central. Ao seu lado está enterrada sua neta Amélia Pereira de Moura. O ano do término da construção fora grafado em seu pórtico, mas uma violenta faísca elétrica lhe destruiu posteriormente os algarismos.
Em finais do século XIX, Boa Esperança contava com farmácia, padaria, latoaria, armazéns, lojas, uma fábrica de fogos de artifício, agência de correios e cartório. Havia também duas bandas de música. A rotina do dia a dia era quebrada pelas festividades religiosas - as festas de Santo Antônio, São João, dos Santos Reis e as Bandeiras do Divino - onde as duas bandas duelavam pelo apreço da população local. Os festejos expressavam a religiosidade católica, nem sempre tão ortodoxa como a proposta da instituição.
Atualmente, a paróquia de Nossa Senhora da Conceição possui como seu território paroquial a área correspondente ao segundo distrito de Rio Bonito. Neste encontram-se seis capelas filiais : São José (Prainha), São Sebastião (Nova Cidade), Nossa Senhora de Fátima e São Judas Tadeu (Parque Andréa), São Pedro (Chavão), São João Batista (Castelo) e Sant'Ana (Mineiros). A comunidade paroquial participa de 14 associações, movimentos e pastorais.
Ao longo do século XX, o templo passou por várias reformas, sem perder as características originais. Em 1948, o padre Antônio Gens promoveu obras de restauração. O salão e a casa paroquial foram construídos em 1979. Entre 2005 e 2006, o prédio contou com pintura interna e externa por iniciativa do padre Rogério Pomponet.
Aos fundos da área da igreja, encontra-se o cemitério de Boa Esperança. este esteve a cargo da paróquia, no momento de sua criação, passando posteriormente, à municipalidade. Nele encontram-se os jazigos perpétuos das famílias locais como os Fonseca Portela, os Morais e os Antunes.
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2 Comentários:
Gostaria de registrar também que em 2015 entre outras coisas padre, Fabiano de Carvalho Silva teve a coragem de reformar todas as portas originais da igreja que por sinal ficaram muito bonitas.
Gostaria de entender o abandono do Velho Casarão da Familia Pereira, no centro de Boa Esperança, local histórico. Seria muito interessante preservar o patrimonio.
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