terça-feira, 22 de setembro de 2015

Rio Bonito - A História do Jipe de José Cardoso da Silva que Encantou o Presidente Getúlio Vargas





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      O desafio de manter em circulação os automóveis levou à utilização do gasogênio como força motriz. Seu princípio básico consistia em ser uma mistura, feita em caldeiras implantadas nos carros, abastecidas com carvão. Esse sistema era altamente perigoso, pois as centelhas provocadas pela queima do carvão muitas vezes incendiavam os carros.
        José Cardoso da Silva inventou uma caldeira de gasogênio que ficou conhecida como Sambê, em referência à Serra do Sambê de Rio Bonito, e produzia bombas de água, as bombas Brasil. Essa caldeira era disputada por caminhoneiros da região por permitir um melhor desempenho de seus veículos. A Sambê lhe deu fama na região, segundo Sebastião William Cardoso (2009): 

          Cardoso ficou muito conhecido na região, pois sua inovação permitia bom rendimento para caminhões, principalmente nas subidas de rampas das barcas Niterói - Rio de Janeiro, quando, na maré alta, os caminhões de Rio Bonito facilmente embarcavam sem serem empurrados.

          O fim do conflito mundial e a consequente regularização no abastecimento de gasolina, levou ao fim dos sistemas improvisados e aumentou a demanda por serviços de retificação dos automóveis danificados. José Cardoso da Silva decidiu transformar sua oficina na Retífica Rex, adquirindo maquinário ultrapassado por bons preços. 
     O espírito inventivo de José Cardoso da Silva levou-o a prometer à esposa, Esmeralda Silva, que construiria um carro para seus filhos. A notícia correu a cidade e muitos afluíam à Retífica para acompanhar o seu trabalho. Somou-se a isso o contexto automotivo pós-guerra. O Brasil possuía uma frota envelhecida e precária pelas adaptações ao gasogênio e, além disso, havia restrições à importação de novos veículos.
     José Cardoso projetou uma fábrica de automóveis cujo carro chefe seria o seu "jipinho". Seus amigos aconselharam-no a apresentar o projeto ao Presidente Vargas e propuseram um encontro casual. Em 19 de fevereiro de 1954, o Presidente Getúlio Vargas iria a Volta Redonda inaugurar o alto forno da Companhia Siderúrgica Nacional. José Cardoso da Silva deveria encontrar a comitiva presidencial da Serra das Araras e demonstrar o desempenho do seu carro. O jipe possuía dois lugares e na placa traseira estampava a seguinte frase "Sou pequeno, mas sou brasileiro". 
      O plano deu certo. Vargas mandou que seus batedores parassem o carro que era guiado por José Cardoso da Silva, acompanhado de Ciraldo F. Borges. O Presidente Getúlio Vargas convidou-o a compor a comitiva que se hospedaria no Hotel Bela Vista para conhecer os detalhes do invento, e encomendou-lhe um projeto de um jipe um pouco maior que seria produzido com o apoio técnico e financeiro do governo estadual.
          Antecipando-se ao apoio estatal que demorava, o mecânico reuniu um grupo de amigos e fundou a Indústria Brasileira de Automóveis S. A. (Ibasa). Foram lançadas ações para captar recursos para o empreendimento. Não obteve, no entanto, um grande número de financistas que se arriscassem nesse empreendimento. Não obteve, no entanto, um grande número de financistas que se arriscassem nesse empreendimento. A partir de então o projeto ficou no sonho e o jipinho se tornou ícone dessa iniciativa local de participação na história automobilística brasileira. 
         José Cardoso da Silva retornou os trabalhos da retífica. Em 1964, transformou-a em uma indústria de produção de maquinário para retífica de motores e mudou-lhe a razão social para Incomatol, sendo atuante no mercado nacional e internacional.   
http://turismoriobonito.blogspot.com.br/

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